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Army Of The Dead: A Invasão em Las Vegas | O filme é bom?

Atualizado: 22 de mai. de 2021


Bom, é momento de falar sobre Army Of The Dead: A Invasão em Las Vegas, filme que foi dirigido e roteirizado por Zack Snyder, sim, pra muitos o cara é um Deus vivo, não é verdade? O filme, distribuído pela plataforma da Netflix, tem Dave Bautista (interpretando Scott Ward) como protagonista, sem dúvida é o principal nome no elenco, mas podemos destacar as atuações de Ella Purnell (Kate Ward, filha do protagonista), Ana de La Reguera (Maria Cruz), Omari Hardwick (Vanderohe), Hiroyuki Sanada (Hunter Bly), além de claro, Garret Dillahunt (Martin) que a gente conhece bem de Fear The Wallking Dead, nosso já saudoso John Dorie, o pistoleiro.


ALERTA de SPOILERS | Só leia se já assistiu o filme, já que o texto sim, pode conter spoilers


A trama fica por conta de que após um surto zumbi em Las Vegas, com a cidade sitiada, um grupo de mercenários e ex-combatentes do exército, fazem uma incursão final, arriscando seus pescoços (literalmente) pela zona de quarentena, para tentar invadir o cofre de um cassino e recuperar nada menos que U$200 milhões antes que tudo vá pelos ares, já que o governo pretende “pulverizar” a cidade com um pequeno artefato nuclear.

Antes mesmo de falar dos “zumbis” é importante a gente dizer que em se tratando de um filme de ação, talvez o maior problema do filme esteja justamente em como ele se propõe em distribuir a intensidade desta ação, o que resulta na falta de intensidade, já que a narrativa fica sem ritmo, sempre parando à frente de qualquer diálogo, o filme fica travado, sabe?

Qualquer um que tenha estudado um pouco sobre cinema, sabe que um filme bom depende de um bom roteiro, certo? Mas o que faz um filme ser realmente “grande” é a montagem, e este é o ponto ao qual devemos nos apegar, neste projeto Snyder assina a direção, o roteiro e claro, a fotografia (deixando sua marca), que faz deste projeto, um filme autoral, e toda essa “liberdade” pode ter afastado o filme de algumas revisões tanto no texto quanto na montagem, principalmente na montagem eu penso, o filme fica à todo instante revisitando o texto como se nós, aqui do outro lado, fossemos completamente incapazes de entender a "simplicidade" que está acontecendo em cena, desde a primeira vez que aparece um assunto, a trama acaba regurgitado dezenas de vezes o mesmo, os obstáculos também a mesma coisa, poxa vida... Minha opinião é a de que uma montagem competente e com liberdade pra retirar os excessos, teria facilmente resolvido essas questões, mas... Quem teria “culhão” pra mexer num filme autoral como este, com toda a hype que se criou ao redor dele??? Foda isso né? O que temos ali é a visão do Zack Snyder nua e crua, com seus erros e acertos, ponto final... A história, claro, é pequena e o maior erro talvez esteja nessa coisa que ficar revisitando toda hora o que já foi dito, tudo isso mergulhado numa trilha sonora triste que vem à todos instante nos lembrar, “olha, é hora de contar de novo a história de redenção da nossa personagem” caso você não tenha entendido... O filme dá um passo pra frente e dois pra trás com a mesma trilha triste (no melhor estilo “volta o cão arrependido” manja?) as vezes o filme até chega a dar um “gostinho” dando a impressão de que a matança vai começar pra valer, lá vem de novo a “bendita trilha” e todo o peso da redenção da personagem, poxa... Mesmo quando está mais do que claro, o filme definiu o drama da nossa personagem, a todo instante volta o mesmo assunto e fica cansativo, quebra o ritmo todo.


Mas e quanto aos elogios você me pergunta, certo? Olha o filme sim cria um universo aqui que sem duvida alguma é promissor, os estúdios não vão largar o osso tão cedo, o filme é muito ambicioso neste sentido, uma vez que tenta recriar o gênero criado pelo brilhante George A.Romero (que criticava uma sociedade baseada no consumo), jogando fora a versão clássica dos zumbis que invadiram a cultura pop há décadas, e substituindo por uma criatura inteligente, que tem sentimentos pelos seus, eles se cuidam e protegem uns aos outros como numa sociedade, todos são crossfiteiros praticantes de pakour e caracaaa... Eles até procriam, uma outra forma de perpetuar a sua espécie, algo “muito além de uma mordida” enfim... Demostram entender tudo que se passa ao seu redor, mas então fica aquele gostinho, ham ham, tá... E dai? O filme se atreve a “criar um universo” assim e não consegue aproveitar dele, eu de verdade não consegui entender pra que tanto esforço com a proposta aqui, se no final a ideia não flui... É uma pena, mesmo... Mas eu ainda preciso os zumbis clássicos, aliás, os zumbis de A Madrugada dos Mortos do mesmo Zack Snyder são infinitamente melhores, como o filme todo é muito melhor, não cabe nem a comparação.


Zack Snyder deixar sua marca nas tomadas com câmera na mão, planos mais fechados que dão ao filme uma estética toda “crua” como dizem, o que é importante pra nós colocar dentro da trama e ajuda inclusive, nas cenas onde a brutalidade e o gore (ou splatter) explodem, já que essas cenas precisam ter um pezinho na realidade e outro na licença poética (já que estamos falando de uma ficção, zumbis não existem, tá?).


Em resumo, esse filme com seus atos intermináveis, deixa a impressão de que seu cérebro já foi comido por um desses zumbis ai, sabe? O filme se arrasta o tempo todo pra se resolver apenas no final, o que denuncia que o primeiro e o segundo ato do filme, passaram quase que irrelevantes.


A questão é, esse filme é um trabalho de arte (a fotografia é impecável) baseado na estética consagrada do diretor que sim, é bem reconhecido pelo seu trabalho, desde o tempo que ele produzia vídeo clips musicais, onde obviamente a ideia central nunca foi o de contar uma história, não é mesmo? A gente acaba tendo um “contador de histórias” que não sabe a hora de começar ou pior, de acabar!


Mas e você, conta pra gente... O que achou de Army Of The Dead: Invasão em Las Vegas? Conta ai nos comentários!!!


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