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TV 3.0 | Entenda a futura tecnologia da TV aberta brasileira

Segundo o ministro Juscelino Filho disse que o objetivo da tecnologia é "revolucionar o setor com integração completa dos canais de TV com a internet"; entenda como funcionará.


Durante uma reunião na primeira semana do mês de abril de 2024 o Ministério das Comunicações (MCom) anunciou que o objetivo da nova tecnologia é “revolucionar o setor com integração completa dos canais de TV com a internet“ no Brasil, mas bora entender como isso deve funcionar?


Afinal, o que é a TV 3.0?

O ponto principal da TV 3.0 é maximizar a interatividade das emissoras de TV abertas com suas respectivas audiências. Isso significa que elas poderão liberar conteúdos via streaming a partir da TV aberta, por exemplo, além de jogos, entre outros.


As emissoras poderão ter seus próprios aplicativos voltados para as Smart TVs, abandonando o atual sistema de organização por números, mas, como reporta o g1, uma conexão à internet não será obrigatória para receber o sinal da TV 3.0.


Outra vantagem da nova tecnologia é a melhoria absurda de imagem. A TV digital só consegue transmitir em Full HD (1080p), enquanto a TV 3.0 permite conteúdos em 4K e até 8K (caso a transmissão seja assistida pela internet) e otimização via tecnologia HDR, além de som imersivo, que permitirá ao telespectador escolher entre ouvir somente o microfone do cantor e a banda, ou impulsionar o som da plateia.


‘‘Estamos diante de uma das mais esperadas revoluções do setor, que chega a ser mais significativa do que vivemos na transmissão do analógico para o digital. É o futuro da TV no Brasil. Na prática, é a integração definitiva entre televisão aberta e gratuita e internet. Todas as evoluções de imagem e som vão estar disponíveis na TV aberta para a população. A interatividade, com a internet, que vai ser possível, é um instrumento a mais, mas não significa que a população precisa ter internet para ter acesso à TV 3.0.’’

Juscelino Filho, ministro das Comunicações, durante apresentação da TV 3.0


As emissoras também poderão personalizar temas e propagandas disponíveis, de modo a “melhorar a experiência para o telespectador”, destaca o MCom.


‘‘As mudanças que acontecem no nosso setor nos colocam sempre em momentos cruciais. Hoje passamos por mais uma etapa chave de transformação digital e a evolução da TV 3.0 é um exemplo concreto de que a tecnologia e a internet são nossas aliadas nesse processo.’’

Flávio Lara Resende, presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert), durante apresentação da TV 3.0


Do lado das emissoras, a TV 3.0 permitirá recuperar suas receitas, que caíram com a propagação em massa dos streamings e das redes sociais, a partir de publicidade interativa, por exemplo.


Outra possibilidade é a integração de compras direto pela TV via anúncios ou apps integrados (no passado, a TV fechada chegou a proporcionar algo similar para seus assinantes).


O MCom ressalta ainda a possibilidade de parcerias e patrocínios com marcas e empresas, com os programas podendo ter um patrocínio em específico (a lá Roda a Roda Jequiti, do SBT), associa-se a determinados conteúdos e até criar programas de marca exclusivos, com vistas a promover seus produtos ou serviços.


Claro que a tecnologia permitira que as emissoras de TV aberta ofertem conteúdo pago, como eventos ao vivo, conteúdos originais, entre outros, como já ocorre nos streamings, por exemplo.


TV do Futuro”: desdobramentos e implementação


  • A tecnologia está programada para começar a ser implantada em 2025, começando pelas grandes cidades brasileiras;


  • Universidades brasileiras e parceiros da indústria e do setor de radiodifusão estão desenvolvendo os padrões tecnológicos a serem integrados às futuras TVs em 2025;


  • Isso porque as TVs atuais não têm suporte à TV 3.0;


  • Portanto, a migração gradual deverá ser similar à da TV analógica para a digital: primeiro, com a chegada de TVs preparadas para a TV 3.0 por meio de conversores externos, além dos conversores em si, e, posteriormente, as TVs com conversores integrados;


  • O governo estuda entregar, de forma gratuita, os conversores às famílias de baixa renda, assim como aconteceu na migração para a TV digital e, atualmente, na troca do sinal das antenas parabólicas;


  • Mais de 20 organizações diferentes disputam a preferência tupiniquim para venderem sua tecnologia, com EUA e Japão à frente da disputa. Contudo, o governo não descarta hibridismo com modelos europeus para transmitir em dispositivos móveis.


Para que a TV 3.0 seja desenvolvida, o MCom estipulou que a Anatel garantisse a destinação de faixas VHF alto (174-216 MHz) e UHF (470-608 MHz e 614-698 MHz) ao serviço de radiodifusão de sons e imagens e ao serviço de retransmissão de televisão.


Por sua vez, o Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD) está na fase final de testes das tecnologias de transmissão do padrão proposto à TV 3.0. Sua conclusão está programada para dezembro deste ano.


A pós o prazo, os resultados serão avaliados e encaminhados pelo GT TV 3.0 junto à recomendação para adoção do padrão tecnológico.


O que você acha dessas novidades? Acredita que o governo brasileiro deva conseguir manter esse prazo?


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